domingo, 12 de fevereiro de 2012

Que fim levou a fraude das bombas de combustível?




Todo mundo aqui deve ter assistido à reportagem que o Fantástico exibiu no começo do ano, a respeito da mais nova modalidade de fraude praticada por postos de combustível: bombas adulteradas que fornecem menos litros que o divulgado. Quase um mês depois, as notícias a respeito praticamente sumiram. Mas nós fomos atrás do que ocorre por aí.
Caso você tenha passado os últimos trinta dias numa praia deserta sem eletricidade nem conexão 3G, a reportagem é esta abaixo. São longos 18 minutos, mas vale a pena:

Cleber Onésio Alves Salazar, o farsante que aparece no vídeo acima oferecendo o sistema de adulteração das bombas, ficou preso temporariamente por oito dias, mas foi solto graças a um habeas-corpus que alegou que, como sua empresa e os postos aos quais ele prestava serviço já foram inspecionados, não havia necessidade de mantê-lo sob custódia antes da conclusão do inquérito e possível condenação.
Na região metropolitana de Curitiba, onde a empresa de Salazar atuava, oito postos foram indiciados e mais 13 ainda estão sob investigação. Neles, os lacres das bombas de combustível estavam rompidos. e os proprietários não souberam explicar o por quê.
A matéria do Fantástico pode ter deixado entendido que foram eles, os jornalistas, que descobriram a farsa. Nem tanto, meus colegas globais. Na verdade, o Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo) já investiga essa história há dois anos, desde quando a primeira bomba com chip fraudulento foi descoberta no Estado.
Ao longo de 2011 (antes da exibição da reportagem), 4.613 bombas foram fiscalizadas na capital e em outras cidades. Destas, 552 foram reprovadas. Cada posto que possuir equipamento adulterado pode sofrer uma multa que vai de 100 a 1,5 milhão de reais. Além disso, com base no cruzamento de informações, três oficinais de manutenção semelhantes - em metodologia e índole – à empresa de Salazar foram fechadas.

Operação semelhante também já ocorre no Rio de Janeiro. Ali, o Ipem criou um setor específico de perícia técnica para detectar equipamentos adulterados e vistoriar regularmente os fabricantes dos componentes. A medida deve se estender a outros Estados para responder à sofisticação dos criminosos. Veja o que conta Soraya Santos, presidente do Ipem-RJ, à Agência Globo.
No ano passado, o método utilizado para lesar o consumidor na hora do abastecimento era uma caixa preta que ficava dentro da bomba de combustível e era acionada por controle remoto. Ela era detectada somente quando a bomba era totalmente desmontada. Porém, logo após sua descoberta, os fraudadores mudaram de tecnologia.
Para nós, consumidores, é importante ficar claro que apenas as inspeções preventivas não são suficientes. Se você tem motivos reais para desconfiar de algum estabelecimento, precisa fazer a denúncia ao Ipem do seu Estado. Em São Paulo, por exemplo, os contatos são o 0800 – 0130522 e o email ouvidor-ipem@ipem.sp.gov.br.
Mas atenção: os Ipem fazem apurações relativas aos equipamentos das bombas. Para denunciar postos que vendem combustível adulterado, o caminho continua sendo o escritório local da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

Fonte: www.ocioso.com.br

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