sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cartões de supermercados e postos de combustiveis nem sempre valem a pena

O cartão Petrobras foi o único realmente gratuito, segundo a Pro TesteO cartão Petrobras foi o único realmente gratuito, segundo a Pro TesteFoto: Fabio Rossi / Agência O Globo

Eles estão por todos os lados, em lojas, supermercados e postos de combustíveis, seduzindo os consumidores com promessas de gratuidade e benefícios. Mas, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) alerta: em alguns casos, a compra feita com cartões próprios pode sair mais cara do que as feitas com cartão de crédito, em função das tarifas, muitas vezes, omitidas.
Segundo a pesquisa, nos anúncios de TV e internet dos cartões, havia a oferta de isenção de anuidade. O estudo constatou, no entanto, que o termo "isenção de anuidade" não significa que o cliente fique livre da despesa. Muitas vezes, elas são cobradas disfarçadamente, como taxas de manutenção. Além disso, o cliente pode pagar por geração de boletos e compras com valor inferior ao mínimo estipulado.
Alguns supermercados oferecem preços menores para quem tem o cartão, mas os descontos, muitas vezes, são mínimos e aplicados só em alguns produtos. Ou seja, nem sempre a economia faz diferença.
A Pro Teste alerta também para o pagamento do valor mínimo das faturas. Os juros do rotativo podem chegar a 548,65% ao ano. A pesquisa foi feita nos supermercados Prezunic e Guanabara, e postos Ale, Ipiranga, Petrobras e Shell.
A forma como o parcelamento é citado nas propagandas é um problema encontrado pela Pro Teste. Os postos Shell, por exemplo, anunciam parcelamentos em 12 vezes, mas não informam se há ou não cobrança de juros. No casa dos postos Ale, o parcelamento e as condições estão sujeitos à análise de cada cadastro.
A pesquisa da Pro Teste chama atenção dos consumidores para tarifas cobradas que, às vezes, disfarçam anuidades. Usuários do cartão Ipiranga pagam R$ 1,99 de tarifa, e no Shell o mesmo valor é cobrado após três meses de uso. Os supermercados Guanabara e Prezunic cobram taxas de manutenção de R$ 2,30 e R$ 4,50, respectivamente.
Segundo a associação, o único cartão testado que realmente é gratuito (não cobra tarifa de extrato, adesão ou anuidade) é o do posto BR, da Petrobras.

VEJA AS RESPOSTAS DAS EMPRESAS
A assessoria de imprensa da Shell disse que a consulta das tarifas pode ser feita no site http://www.santander.com.br/portal/wps/script/templates/GCMRequest.do?page=8765&entryID=7910, inclusive a taxa de anuidade quando se gasta menos de R$ 270 - R$ 1,99 por mês.
Em nota, a Ale “esclarece que, atualmente, está fase de escolha de um novo banco parceiro para operar seu cartão. Até outubro de 2011, a operação era feita com a bandeira Itaucard e, dessa forma, a taxa de manutenção e o parcelamento ficam a critério do próprio banco. Ressaltamos que os contratos dos clientes que possuem o cartão têm todas as informações sobre a mensalidade. Em relação a descontos, informamos que o cartão Ale oferece descontos e parcelamentos para compras exclusivamente na loja on-line ALECompras.Destacamos que todas as informações sobre o cartão são oferecidas pelo SAC e também são repassadas aos clientes no momento da negociação”.
Já a Ipiranga “informa que os cartões Ipiranga emitidos a partir de 1º junho de 2011 já estão plenamente adequados às novas legislações do Banco Central, com cobrança de anuidade amplamente divulgada em todos os materiais de comunicação. Os cartões emitidos antes desta data também estão em cumprimento com a legislação vigente. Quando há envio de extrato ao endereço do titular do cartão de crédito Ipiranga, é cobrada uma taxa que não pode ser considerada taxa de adesão ou de anuidade ou de manutenção, pois essa soma é cobrada somente quando ocorre a despesa com envio do extrato. Essa informação – de cobrança pelo envio do extrato – também está presente de forma clara em todas as peças de divulgação do cartão Ipiranga”.
Os supermercados Prezunic e Guanabara não se posicionaram sobre a pesquisa da Pro Teste.

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