terça-feira, 17 de abril de 2012

AUMENTO DA GASOLINA À CAMINHO - VEJA A MATERIA

Petrobras diz que novo patamar do petróleo levará a reajuste

A presidente da estatal, Graça Forte, diz que já está "conversando" com o governo para definir qual e quando será realizado o aumento dos combustíveis

Reuters |
A Petrobras trabalha com preço do petróleo até o final do ano de 119 dólares o barril, um novo patamar, o que deverá levar a um reajuste de preço dos combustíveis no Brasil ainda este ano, disse a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, durante uma palestra no Rio.

O petróleo Brent fechou em 118,78 dólares o barril nesta terça-feira. Enquanto em seu plano de negócios 2011-2015, divulgado no ano passado, a Petrobras trabalhou com uma estimativa de preço para o Brent entre 80 a 95 dólares o barril de 2012 em diante. O novo plano (2012-2016), revisto anualmente, não foi divulgado.
Graça Foster, como prefere ser chamada a presidente da Petrobras, disse que "há um novo patamar de preço" do petróleo e que "está certo" que em 2012 haverá repasse do valor para os combustíveis.
"Expectativa de reajuste, se será em um, dois, três ou seis meses, eu não sei", declarou ela, ao responder pergunta após a palestra.
Ela acrescentou ainda que está "sistematicamente conversando com o controlador (da empresa, o governo)" sobre reajuste de combustível.
Segundo a presidente da Petrobras, é preciso diminuir a dependência das importações de gasolina, que afetou os resultados da estatal no ano passado, para garantir a capacidade de investimento da estatal.
"Esperamos voltar a ter lucro (na área de abastecimento) como tivemos em 2009 e 2010. Mas agora temos que minimizar a importação para não ficarmos expostos à volatilidade".
Um valor mais alto da gasolina, com eventual repasse de preço do petróleo, pode aumentar a competitividade do etanol no Brasil, o que diminuiria a necessidade de importação do derivado de petróleo. A Petrobras também produz etanol por meio de sociedades em companhias do setor.
Um alta da gasolina, no entanto, pode dar margem para um aumento do preço etanol, uma medida a tempos reivindicada pelos usineiros, que nos últimos tempos privilegiaram a produção de açúcar, mais remunerador.
IMPACTO NA INFLAÇÃO
O governo, por outro lado, tem evitado repasse de preços dos combustíveis, temendo o impacto inflacionário.
O comportamento da inflação no início deste ano, no entanto, foi mais benigno do que o observado no mesmo período do ano passado, segundo avaliação do Banco Votorantim, que faz uma análise do impacto de uma eventual alta dos preços dos combustíveis derivados de petróleo.
A defasagem dos preços praticados no mercado interno da gasolina e do diesel em relação aos preços internacionais é de até 40 por cento, apontou ainda o banco, destacando que há nove anos não há um reajuste de preço da bomba, embora no ano passado tenha ocorrido um reajuste de 10 por cento no combustível, que não foi repassado ao consumidor, pois ele foi absorvido pela redução da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico).
"Em um cenário mais conservador, no qual a Petrobras alinharia por completo a defasagem existente hoje (considerando o valor do último preço), o reajuste no preço da gasolina seria de 40 por cento. Sem qualquer alteração no valor da Cide, neste caso, o impacto total no IPCA seria de 0,83 ponto percentual", avaliou o banco.
"Na ponta inversa, caso a Petrobrás conceda o menor reajuste considerado em nosso estudo, de 10 por cento, e (o governo) reduza a Cide o máximo possível, ou seja, faça uma renúncia fiscal da ordem de 0,1 por cento do PIB, o impacto seria praticamente nulo na inflação."
A Petrobras tem a política de não repassar a volatilidade dos mercados internacionais para os preços do derivados.
No início de março, Graça Foster disse que trabalhava com a possibilidade de os preços do petróleo perderem força, o que indicava na época que não haveria necessidade de repasse, posição que ela deixou claro não mais existir nesta terça-feira.
"Não se pode repassar as tensões políticas aos preços (do combustíveis), mas é fato que o preço do petróleo está em outro patamar... em determinado momento, há de se fazer o repasse para os combustíveis", completou ela.

MITOS E VERDADES NA DIREÇÃO

São muitas as dúvidas que os motoristas ainda apresentam ao conduzir o veículo. Vamos aproveitar algumas delas e passar o assunto a limpo.

É proibido dirigir descalço. Mito. O código de trânsito não informa a obrigatoriedade de dirigir com ou sem calçados.

É proibido dirigir com fones de ouvido. Verdade. Os fones de ouvido podem atrapalhar o motorista, interferindo na audição do ambiente externo.

É proibido dirigir com o braço apoiado na janela. Verdade. O motorista deve conduzir o veículo com as duas mãos no volante.

É proibido dirigir sem camisa ou vestindo biquíni. Mito. Não é proibido dirigir sem camisa, de sunga, biquíni e afins.

É proibido dirigir com salto alto. Verdade. O uso de sapato com salto pode prejudicar o uso dos pedais pelo motorista.

Fique atento as normas de trânsito, elas ajudam a garantir a segurança de motoristas e pedestres. Vale lembrar que as infrações de trânsito acarretam multa e pontos na carteira do condutor.

fonte: www.carronovo.com.br

Graça Foster quer refinaria da Petrobras na região Centro- Oeste


Maria das Graças Foster pretende levar ao Conselho de Administração da Petrobras a proposta de construção de mais uma refinaria, desta vez na Região Centro-Oeste. A unidade será focada na produção de gasolina e na mistura do combustível com etanol.
A questão é saber como Graça conseguirá encaixar o projeto no enxuto orçamento da Petrobras, que foi alvo de sucessivos cortes no ano passado. Além disso, o planejamento estratégico da Petrobras já prevê a construção de quatro refinarias – em Pernambuco, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte – ao custo de US$ 45 bilhões (Relatório Reservado, 17/4/12)

Nota do blogueiro: Inacreditável que uma executiva do porte da Graça Foster, venha conversar "merda" em público, faz mais de 20 anos que a Petrobras não constroi uma refinaria e após sucessiva disputada politicas e que finalmente chegou-se a conclusão que seria construido 03 refinarias, a do RN não conta, venha agora inventar uma asneira dessa magnitude e apenas em poucos meses de presidencia. Se conselho fosse bom, eu cobraria, mas como não me calarei sobre o fato, usarei a frase do Rei Juan Carlos da Espanha se dirigindo ao Presidente da Venezuela, Sr. Chaves. "PORQUE NÃO TE CALAS, GRAÇA FOSTER", vai cuidar de viabilizar as refinarias paradas, principalmente a do Ceará e do Maranhão, para resolver o deficit de importação de gasolina refinada que tende a continuar crescendo e garantir que não haja apagão no setor petrolifero e acabe definitivamente com o racionamento usado pela Petrobras às distribuidoras há mais de 6 meses, senão o seu fim será igual ao do fraco Gabrielli... tenho dito!!!

Com nova estratégia, Oi prepara seu renascimento

 
A Oi vai ganhar mais uma data de fundação: hoje, 17 de abril, quando a companhia apresenta ao mercado seus planos para os próximos quatro anos, no encontro com investidores e analistas chamado "Oi Day".
Fruto da reestruturação societária que combinou as empresas do grupo Telemar - Tele Norte Leste Participações e Telemar Norte Leste - e a Brasil Telecom, a companhia tem tudo como numa estreia: primeiro evento do presidente novo, Francisco Valim, nova cobertura de analistas, balanço de abertura, entre outros.

Os desafios da companhia que trouxe ao país o conceito de convergência tecnológica, contudo, permanecem os mesmos. E o que os analistas e investidores esperam para o evento é que a Oi apresente respostas aos velhos problemas.
A empresa se reinventou e chegou ao menor valor de mercado entre as pares do setor, R$ 16,7 bilhões, aproximadamente. As suas concorrentes TIM e Vivo valem significativamente mais: R$ 27,3 bilhões e R$ 59,5 bilhões, respectivamente.
Segundo dados da Bloomberg, os analistas, por enquanto, não veem potencial de valorização elevado. Pelos cálculos desses especialistas, considerando o preço-alvo médio de R$ 10,63 para as ações, a Oi deveria valer cerca de R$ 19,1 bilhões. Entre os dez analistas considerados, apenas um tem recomendação de compra para as ações.
Depende dos planos de longo prazo a serem apresentados hoje a mudança desse cenário. Os analistas querem entender a estratégia e sinalizações de que o renascimento também se dá no modo como a empresa vê e é vista pelo mercado - uma relação desgastada por três tentativas frustradas de reestruturação desde 2006.
O valor do negócio da Oi é da ordem de R$ 40 bilhões. Esse é o conceito no mundo das finanças de "valor da empresa", que soma o valor em bolsa com o endividamento líquido. Porém, mais da metade disso está nas mãos de credores, pois R$ 22 bilhões desse total são dívida. Esse valor considera as responsabilidades líquidas de R$ 16,3 bilhões em dezembro, mais quase R$ 5 bilhões de saída de caixa com bonificação, dividendos e pagamento de recesso e ainda R$ 1,8 bilhão de compromissos com a Anatel.
Alguns especialistas no setor acreditam que o processo de "virada" da Oi já começou - com a chegada de James Meaney, diretor operacional, e de Francisco Valim, novo presidente - embora ainda não tenha trazido resultados mensuráveis. Outros ainda se mantêm céticos quanto aos negócios.
A questão que mais preocupa os analistas do setor é que a Oi tem compromissos financeiros elevados, mas ainda precisa de muito investimento para retomar o crescimento. No ano passado, a empresa deu mostras de que entende essa necessidade: o investimento foi 60% maior do que em 2010, chegando a quase R$ 5 bilhões.
Embora do mesmo setor que a Telefônica Brasil, que agora atua com a marca Vivo, e que a TIM, a Oi tem um desafio do tamanho do Brasil: é a companhia com maior exposição ao segmento de telefonia fixa, um negócio declinante. É o que explica a queda de 5,3% na receita líquida, em 2011, para R$ 27,9 bilhões.
A operadora atua em quase todos os Estados do país. A exceção é São Paulo, onde só oferece telefonia móvel, além de serviços corporativos. A Telefônica Brasil só possui linhas fixas em São Paulo e a TIM não opera nesse ramo.
No balanço do quarto trimestre, a Oi já apresentou seus clientes com a divisão residencial, empresarial e mobilidade pessoal. A segmentação de sua receita dessa forma, espelho de como identifica seus clientes, já faz parte das iniciativas visando a melhoria do desempenho dos negócios, implementada no fim de 2012.
Do ponto de vista operacional, o grande problema da Oi é que a perda de assinantes de telefonia fixa não tem sido acompanhada, na mesma velocidade, da emergência de outras receitas. Principal justificativa para a queda de 15% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), para R$ 8,7 bilhões em 2011.
Não deixa de ser irônico, pelo seu pioneirismo com a convergência tecnológica. Com o lançamento de uma operação de celular, dez anos atrás, a então concessionária de telefonia fixa apresentou o caminho das pedras para o que hoje é padrão entre as teles: a venda de pacotes que oferecem diversos serviços combinados e com desconto.
A companhia também teve papel decisivo no processo de consolidação das empresas do setor. Entre os anos de 2007 e 2008, a Oi ganhou holofotes ao conduzir as intricadas negociações que culminaram na compra da Brasil Telecom e criaram um grupo com atuação em todo o país.
Depois dessa manobra ousada, a operadora nunca mais teve vida fácil. Digerir uma aquisição de tal porte provou-se mais complicado do que a direção da Oi poderia imaginar. A companhia teve de reduzir investimentos e dedicar grandes esforços para integrar duas empresas enormes e de perfis diferentes.
Enquanto a Oi se debatia em seus problemas internos, a concorrência reforçava suas armas. Desde então, os espanhóis da Telefônica e os mexicanos da América Móvil (donos da Claro, da Net e da Embratel) abriram a carteira para reforçar suas atividades no Brasil - que sofreu menos que outros países na crise e se tornou peça-chave na competição entre esses dois grupos. Ao mesmo tempo, entraram em cena concorrentes agressivos, como a GVT, e a TIM abocanhou grande parte do mercado de celulares com novos planos.
Na avaliação de analistas que acompanham a Oi, a operadora perdeu, nos anos mais recentes, seu fôlego habitual no lançamento de serviços inovadores.
Desde 2011, alguns esforços estão sendo feitos para reverter esse cenário. O enfoque nos produtos deu lugar a uma visão pautada nos domicílios - assim, fica mais fácil para a companhia detectar novos serviços que pode oferecer a seus assinantes. O serviço de TV por assinatura foi reformulado. A companhia passou a oferecer canais Globosat e criou novos planos. O portal de internet iG está à venda e um desfecho para o negócio é esperado para os próximos dias.
Para completar todo o ciclo, entretanto, a Oi terá de fazer pesados investimentos na modernização de sua rede de cobre. Hoje, a linha de telefone fixo pouco vale se não vier acompanhada de uma conexão de banda larga. A presença nos mais remotos rincões do país torna essa tarefa especialmente desafiadora para a Oi e dificulta a adoção de novas tecnologias, como a fibra óptica de uso residencial.
Há quem calcule que a companhia precisa de R$ 6 bilhões de investimentos anuais, pelo menos, nos próximos anos para deixar sua infraestrutura competitiva na briga dos pacotes integrados.
Entretanto, a Oi, em sua nova configuração, está com uma relação entre dívida líquida e Ebitda próxima ou até maior do que 2,5 vezes. Esse é o mesmo patamar alcançado quando adquiriu a Brasil Telecom e, logo em seguida, reduziu os investimentos para conseguir melhorar a estrutura financeira. Como resultado da desaceleração nos gastos, a companhia perdeu participação de mercado e competitividade.
Os planos de hoje terão de ser consistentes o suficiente para costurar todos esses dilemas numa solução de longo prazo.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

O país que Lula promoveu a potência petroleira virou importador de gasolina

Com o título Lembranças da OPEP, o jornalista Carlos Brickmann, sempre brilhante, publicou em sua coluna a seguinte nota:

Lembra quando o Brasil se tornou autossuficiente em petróleo, ia mudar a matriz energética do mundo com o álcool, teria todos os problemas resolvidos com o pré-sal? Bom, o álcool está aí, mas o Brasil o importa dos EUA (aquele álcool que era antieconômico, lembra?)

Quanto à autossuficiência em petróleo, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informa que vamos importar 80 mil barris diários de gasolina. Traduzindo os números: de 1969 a 2009 não precisamos importar gasolina. Em 2009 voltamos a importar, nove mil barris por dia. Em três anos, a importação se multiplicou quase por dez.

Volto para a constatação: conjugados, o excesso de idiotia e a falta de memória garantem a mansidão bovina de milhões de brasileiros. A manada se contenta com pouco, acredita em tudo e não cobra nada (Augusto Nunes, Veja.com, 5/4/12)

Nota do blogueiro: O Augusto Nunes, foi muito feliz em usar o termo "idiotia bovina" lembrando que nós Brasileiros extasiados pela promessas miraculosa dos PTralhas que teriam a solução pra tudo e iam colocar esse país no caminho certo e nós abestalhados acreditamos piamente nesses picaretas capitaneado pelo sindicalista "analfa de pai e beta de Mãe" Luiz Inácio Lula da Silva, "o alheio a tudo" e "maior mentiroso que passou na historia desse país".
Pasmem! a tendência é que esses mesmos se reelejam ou ajude a eleger nas proximas eleições os fantoches ou paus mandados que mamam nas tetas desse governo corrupto. Rezo a Deus diariamente pedindo que dê forças e afaste essa corja da nossa presidenta, caso contrário, nós povo e país iremos pra bacarrota mais rápido do que se imagina.
Será que dar pra contornar ou não teremos opções. Eis a questão. tenho dito!!

  

Importação de gasolina já consumiu R$ 1,7 bilhão em 2012

Gasto com importação de gasolina no primeiro trimestre deste ano é 7.715% maior que no mesmo período de 2011 . Imagem: Rafaela Tabosa/ON/D.A. Press

Gasto com importação de gasolina no primeiro trimestre deste ano é 7.715% maior que no mesmo período de 2011 . Imagem: Rafaela Tabosa/ON/D.A. Press
Nos primeiros três meses deste ano, a Petrobras gastou US$ 958 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) com a importação de gasolina. O valor é 7.715% maior que no mesmo período de 2011, de acordo com cálculos feitos por Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

“É importante destacar que as importações de gasolina em 2011 começaram a ganhar força em abril. Por isso, a elevação é tão grande na comparação com o primeiro trimestre de 2011”, disse Pires, que usou um câmbio de R$ 1,7692.

Com a alta da cotação do barril do petróleo no mercado internacional, a estatal já perdeu US$ 151,2 milhões (R$ 267,5 milhões) no primeiro trimestre com a importação, já que o preço do combustível está congelado.

“A Petrobras importa gasolina pois não tem capacidade de refino. Isso só vai mudar após as refinarias Abreu e Lima e Comperj ficarem prontas”, afirma o advogado Claudio Pinho.

Para a Petrobras, a compra de gasolina no exterior pode chegar a 80 mil barris/dia — 33,3% a mais que em 2011.

Da Agência O Globo em 10/04/12

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Defasagem no preço e importação de combustíveis pressionam Petrobras

Autor(es): Por Cláudia Schüffner | Do Rio
Valor Econômico - 29/03/2012

Os preços da gasolina e do diesel vendidos no Brasil estão 28% mais baratos no Brasil quando comparados aos preços praticados nos Estados Unidos. Os valores se referem aos preços da gasolina A (antes da mistura com álcool) e do diesel com baixo teor de enxofre vendidos nas refinarias da Petrobras no país (antes do pagamento de impostos ao consumidor), comparados aos valores praticados no Golfo do México, incluindo custos com frete, na terça-feira.
Essa defasagem coloca pressão adicional sobre os custos da Petrobras, já elevados pela importação adicional de gasolina e diesel para atender ao consumo crescente. Se a situação permanecer ao longo de 2012, a Petrobras vai perder R$ 2,9 bilhões apenas com a importação dos dois combustíveis.
Pelos cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), somente em janeiro a Petrobras perdeu quase R$ 1 bilhão em função da defasagem do preço da gasolina e do diesel. Se a Petrobras continuar importando gasolina e diesel para atender ao mercado sem corrigir os preços, vai perder cerca de R$ 6 bilhões este ano, prevê Adriano Pires, do CBIE.
Outro fator que afeta a companhia é o aumento da demanda por combustíveis, que só começará a ser parcialmente atendida a partir de 2013, quando a refinaria de Pernambuco (Rnest), entrar em operação. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no ano passado foram vendidos diariamente 489 mil barris de gasolina, o que exigiu, na média, importações diárias de 34 mil barris. O aumento do consumo de diesel exigiu importações de 162 mil barris/dia, já que a produção de 718 mil barris/dia não atendeu à demanda, de 880 mil barris/dia.
Com base no balanço de 2011, o aumento da demanda provocou elevação da parcela de combustíveis importados nas vendas da Petrobras, de 28% para 32% do total. No ano passado, o consumo aparente de gasolina A cresceu 15% em relação a 2010, e a importação cresceu 333% na mesma comparação. Já as vendas de gasolina C cresceram 18,8%, segundo dados da ANP. Já o consumo aparente de diesel cresceu 3% com relação a 2010, o que elevou em 3,6% as importações. Este ano a situação deve piorar para a companhia, devido à previsão de aumento no consumo.
O assunto se tornou fonte de constrangimento na Petrobras. Oficialmente, os diretores e a presidente da estatal, Graça Foster, afirmam que ainda não há perda. "Não existe defasagem, vendemos pela média", disse ontem uma fonte da companhia.
"Esse negócio de estar ou não na média é balela", afirma o analista de um grande banco, que prefere não ser identificado. "Ajuda a ter preços mais altos em determinados produtos, mas o problema é que como a empresa não tem capacidade de refino, tem que importar. E isso tem impacto no resultado."
O efeito da defasagem sobre os custos da empresa é grande, porque a Petrobras tem que comprar gasolina e diesel no mercado internacional, pagando preços estabelecidos com base em um barril de óleo que está custando mais caro do que o preço de venda no Brasil.
No último trimestre de 2011, o Preço Médio de Realização (PMR) - média do preço de vários combustíveis produzidos pela empresa, notadamente gasolina, diesel, nafta, GLP, combustível de aviação e óleo combustível - era de R$ 173,00 por litro, que equivaliam a US$ 96. O petróleo do tipo brent (utilizado como parâmetro nas contas da estatal) fechou ontem cotado a US$ 124,77 o barril.
Apesar de não comentar o assunto, a direção da Petrobras vem tentando faz tempo reajustar preços, sem sucesso. A Petrobras tem na presidência do conselho de administração o ministro da Fazenda, Guido Mantega. E é justamente a Fazenda quem segura os preços dos combustíveis para manter a inflação sob controle, como afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em recente entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".
Maílson da Nóbrega, sócio da Tendências Consultoria, se diz impressionado com as afirmações de Lobão. Segundo o economista e ex-ministro, as declarações mostram a intervenção do acionista controlador na companhia.
"Eu fui da época do controle de preços e a Petrobras se machucou muito. Mas era diferente, havia um processo hiperinflacionário e o controle de preços era parte dos instrumentos de controle do governo. Agora estão usando a Petrobras como instrumento para atingir a meta da inflação", critica, lembrando que, em 2011, o IPCA variou 6,5%, não por acaso o limite superior da meta de inflação. Ele vê aí riscos para a credibilidade do Banco Central e também para o regime de metas.
"No ano passado, o governo só conseguiu cumprir a meta de inflação. Se o cumprimento da meta depender de intervenções do governo em preços relevantes como o do petróleo, o regime de metas foi para o espaço", afirma Maílson. Na opinião do ex-ministro, a utilização da Petrobras para controlar preços da economia gera um ambiente de incertezas para quem investe na Petrobras.
Pires, do CBIE, acha que a situação hoje é pior que na época de controle de preços, quando existia a conta-petróleo. "A Petrobras vendia mais barato, mas se creditava junto ao Tesouro para receber essa diferença. Agora não. Sem controle de preços, o governo tunga o acionista e a empresa. É um dinheiro que ela nunca mais vai ver", afirma.