"Fraude" ou "Adulteração" em combustíveis é a adição de qualquer produto que modifique suas características originais, inviabilizando a garantia do produtor. Quando o refinador formula a gasolina, o faz de forma a atender às especificações vigentes e a outras propriedades também necessárias ao perfeito funcionamento do motor. Desta forma, ele garante o desempenho do produto. Na adulteração, a ausência destes critérios impede o desempenho adequado do produto.
As fraudes em gasolinas, obviamente,
são feitas com produtos também classificados como combustíveis (eles
precisam queimar, para não deixar vestígios). O termo "solventes", muito
em moda hoje, é genérico e engloba vários compostos que poderão ou não
estar presentes na gasolina em pequenas quantidades. Por esse motivo,
não é tão fácil identificar a adulteração da gasolina por solventes.
Tipos de adulteração e consequências
Os diversos tipos de fraudes causam
comportamentos distintos nos veículos que variam conforme a tecnologia
utilizada nos motores. Por exemplo, uma fraude com uma mistura que só
reduz a octanagem, porém mantenha aproximadamente a mesma relação
ar/combustível, poderá não ser percebida num veículo com sensor de
detonação (se o motorista dirigir na faixa de rotação em que o sensor
estiver ativo); mas poderá ser escandaloso o nível de detonação em
veículos sem sensor. Na verdade, na primeira situação, o motorista mais
atento (a minoria) irá perceber a fraude, devido ao substancial aumento
do consumo.
Outro exemplo é a adição de misturas
de produtos que não comprometem a octanagem e a relação ar/combustível,
mas que, devido a sua origem, estão combinados com elementos químicos
que "envenenam" o sensor de oxigênio (chumbo, fósforo e silício, entre
outros). Neste caso, os veículos de tecnologia antiga não irão sofrer
nenhum dano, mas os modernos com sonda lambda terão danos permanentes,
obrigando à substituição da peça.
Como o motor sempre tem pequeno
consumo de óleo lubrificante, os elementos químicos nocivos à sonda de
oxigênio são também controlados no óleo lubrificante.
Na prática, tem-se notícia de que
caminhões-tanque ofertam aos postos gasolinas bem mais baratas. Muitas
vezes, isto ocorre porque há sonegação de impostos (notas falsas, etc.);
em outras situações, são utilizados produtos sem qualidade, que, por
esta razão, são mais baratos.
Produtos residuais de processo
industriais, tais como refinados, são potenciais candidatos para uso de
fraudes. Outro exemplo é o caso do solvente utilizado em empresas de
lavagem a seco. Chega um determinado momento em que esse produto não
pode ser mais utilizado para limpeza, por estar extremamente
contaminado. Se, em vez de reprocessar o produto, ele for descartado num
tanque de um posto de gasolina, teremos problemas na certa.
Adulterações comuns em gasolina são a
adição de óleo diesel e de querosene, por serem mais baratos que a
gasolina e perfeitamente miscíveis. Estes dois produtos, por serem mais
pesados que a gasolina, geram falhas nas acelerações ('buracos') e
provocam grande geração de depósitos na câmara de combustão. Outro
problema é que a octanagem destes produtos é muito baixa, derrubando
principalmente a RON e causando detonação em baixas rotações.
Um método utilizado para se detectar
com facilidade contaminações com diesel em teores acima de 2% é a
exposição da gasolina à luz ultravioleta (luz negra). Como pode ser
visto na foto acima, a gasolina fica com aspecto leitoso quando exposta a
esta luz, pois o diesel emite fluorescência.
Fonte: www.br.com.br
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