sexta-feira, 3 de julho de 2015

ADULTERAÇÃO DE COMBUSTÍVEL - VEJA COMO DETECTAR


"Fraude" ou "Adulteração" em combustíveis é a adição de qualquer produto que modifique suas características originais, inviabilizando a garantia do produtor. Quando o refinador formula a gasolina, o faz de forma a atender às especificações vigentes e a outras propriedades também necessárias ao perfeito funcionamento do motor. Desta forma, ele garante o desempenho do produto. Na adulteração, a ausência destes critérios impede o desempenho adequado do produto.

As fraudes em gasolinas, obviamente, são feitas com produtos também classificados como combustíveis (eles precisam queimar, para não deixar vestígios). O termo "solventes", muito em moda hoje, é genérico e engloba vários compostos que poderão ou não estar presentes na gasolina em pequenas quantidades. Por esse motivo, não é tão fácil identificar a adulteração da gasolina por solventes.

Tipos de adulteração e consequências
Os diversos tipos de fraudes causam comportamentos distintos nos veículos que variam conforme a tecnologia utilizada nos motores. Por exemplo, uma fraude com uma mistura que só reduz a octanagem, porém mantenha aproximadamente a mesma relação ar/combustível, poderá não ser percebida num veículo com sensor de detonação (se o motorista dirigir na faixa de rotação em que o sensor estiver ativo); mas poderá ser escandaloso o nível de detonação em veículos sem sensor. Na verdade, na primeira situação, o motorista mais atento (a minoria) irá perceber a fraude, devido ao substancial aumento do consumo.

Outro exemplo é a adição de misturas de produtos que não comprometem a octanagem e a relação ar/combustível, mas que, devido a sua origem, estão combinados com elementos químicos que "envenenam" o sensor de oxigênio (chumbo, fósforo e silício, entre outros). Neste caso, os veículos de tecnologia antiga não irão sofrer nenhum dano, mas os modernos com sonda lambda terão danos permanentes, obrigando à substituição da peça.

Como o motor sempre tem pequeno consumo de óleo lubrificante, os elementos químicos nocivos à sonda de oxigênio são também controlados no óleo lubrificante.

Na prática, tem-se notícia de que caminhões-tanque ofertam aos postos gasolinas bem mais baratas. Muitas vezes, isto ocorre porque há sonegação de impostos (notas falsas, etc.); em outras situações, são utilizados produtos sem qualidade, que, por esta razão, são mais baratos.

Produtos residuais de processo industriais, tais como refinados, são potenciais candidatos para uso de fraudes. Outro exemplo é o caso do solvente utilizado em empresas de lavagem a seco. Chega um determinado momento em que esse produto não pode ser mais utilizado para limpeza, por estar extremamente contaminado. Se, em vez de reprocessar o produto, ele for descartado num tanque de um posto de gasolina, teremos problemas na certa.

Adulterações comuns em gasolina são a adição de óleo diesel e de querosene, por serem mais baratos que a gasolina e perfeitamente miscíveis. Estes dois produtos, por serem mais pesados que a gasolina, geram falhas nas acelerações ('buracos') e provocam grande geração de depósitos na câmara de combustão. Outro problema é que a octanagem destes produtos é muito baixa, derrubando principalmente a RON e causando detonação em baixas rotações.

Um método utilizado para se detectar com facilidade contaminações com diesel em teores acima de 2% é a exposição da gasolina à luz ultravioleta (luz negra). Como pode ser visto na foto acima, a gasolina fica com aspecto leitoso quando exposta a esta luz, pois o diesel emite fluorescência.

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